A reforma mantém o Simples Nacional, mas muda o jogo para quem vende para outras empresas (B2B): o novo IVA (IBS/CBS) privilegia cadeias que geram crédito para o comprador. Empresas do Simples que mantiverem o recolhimento de IBS/CBS “por dentro” não geram crédito ao cliente — e podem perder preço/competitividade frente a fornecedores do Lucro Real/Presumido.
Desenvolvimento (o que observar)
-
Risco no B2B: clientes tendem a preferir quem permite aproveitamento de créditos de IBS/CBS.
-
Saída prática: adotar o Simples Híbrido — permanecer no Simples para tributos próprios (ex.: IRPJ/CSLL) e recolher IBS/CBS por fora (regime regular), viabilizando crédito ao cliente.
-
B2C é menos afetado: para quem vende ao consumidor final, o impacto competitivo tende a ser menor, pois o comprador não apropria crédito.
-
Serviços em alerta: a alíquota geral do novo IVA deve ficar próxima de 26%–28%, elevando a importância do repasse correto e da geração de créditos para mitigar efeitos na margem.
Impactos práticos e passos recomendados
-
Mapeie sua carteira: qual % do faturamento é B2B?
-
Simule cenários: compare Simples integral x Simples Híbrido x regime regular (com e sem créditos do cliente).
-
Ajuste contratos e preços: destaque IBS/CBS e defina regra de repasse.
-
Parametrize o ERP: segregue receitas e emita documentos com os novos campos do IVA.
-
Comunique clientes B2B: mostre o benefício do crédito para manter competitividade.
Conclusão
Para quem vende B2B, permanecer no Simples sem gerar crédito ao cliente pode custar participação de mercado. Planeje e teste o Simples Híbrido ou a migração parcial para assegurar preço competitivo e preservar margens.
