Um dos grandes dilemas das empresas é o processo de sucessão com a saída do fundador. Algumas se profissionalizam, contratando um administrador para conduzir o negócio, outras vendem o negócio, ou parte dele, para outras empresas maiores, mas alguns empreendedores querem deixar o seu legado para as próximas gerações e quando algum membro da família entra na operação do negócio, esta empresa entra na categoria das empresas familiares.
O problema é que a maioria dos empreendedores não sabe ou não consegue preparar os filhos para assumir os negócios. Muitos dilemas e conflitos surgem nesta transição, como a confusão típica entre gestão e propriedade, ou seja, mesmo que o empreendedor não traga ninguém da família para trabalhar na empresa, a empresa continua sendo propriedade da família, uma coisa é independente da outra. Não existe a necessidade de trazer os filhos para cuidar do negócio, até porque, outras pessoas, mais qualificadas, podem ser contratadas para cuidar do patrimônio com mais chances de garantir a sua sobrevivência e crescimento.
Outro dilema é a tomada de decisões que envolvem relações familiares e o negócio. Uma coisa independe da outra. Qualquer membro da família pode trabalhar na empresa, mas deve se mostrar merecedor para assumir os cargos que almeja, tanto quanto qualquer outro candidato à mesma vaga. Esta história de colocar o filho ou cunhado ou genro na posição de diretoria da empresa só porque é parente pode ser ótimo para cultivar as relações familiares, mas pode ser extremamente danoso para a empresa.
O empreendedor não pode se esquecer que, embora a empresa seja dele e ele possa, a rigor, fazer o que quiser com o negócio, o negócio possui responsabilidades perante a sociedade, clientes, funcionários, governo, fornecedores, parceiros, que independem da vontade do empreendedor e ele não pode pôr em risco a empresa por contratar pessoas sem qualificação ligados apenas por laços familiares.
Enfim, a gestão da empresa deve ser independente das relações familiares, as relações familiares não devem ditar as regras de propriedade das ações da empresa e a propriedade da empresa deve ser independente da gestão da empresa. Empreendedores não podem confundir estes três pilares.
Se você tem um negócio e quer que seus filhos assumam a sua direção em algum momento no futuro, é preciso saber se é o que eles querem e se eles têm competência para isso. Você pode começar a desenvolver este desejo e dar a eles esta formação desde já, mas ainda assim, é possível que eles queiram fazer outra coisa na vida e isso não é necessariamente ruim para o negócio. Ruim seria ter uma pessoa conduzindo o seu negócio sem a motivação necessária para enfrentar os desafios que o mundo empresarial impõe.
Compartilhe nas redes!
Preencha o formulário abaixo para entrar em contato conosco!
Últimos Posts:
Categorias
Arquivos
Tags
Fique por dentro de tudo e não perca nada!
Preencha seu e-mail e receba na integra os próximos posts e conteúdos!
Compartilhe nas redes:
Posts Relacionados
6 estratégias para manter a produtividade no home office
O artigo da Revista do Correio apresenta seis estratégias para manter a produtividade no home office. Dentre as dicas, estão a importância de estabelecer uma
Empresas podem ser punidas por conduta antissindical
O Ministério Público do Trabalho do Paraná recebeu denúncias de empresas que incentivaram empregados a se oporem ao pagamento da taxa assistencial sindical, prática considerada
Conheça a “técnica sanduíche” para ter conversas difíceis
O artigo do CRCSP aborda a importância do conhecimento de novas normas contábeis para manter a qualidade e conformidade dos serviços, especialmente no cenário atual
Riscos tributários na segregação de atividades
O artigo explora os riscos tributários envolvidos na segregação de atividades para reduzir a carga fiscal, prática comum entre grupos econômicos que visam ao lucro
Menos de 7% dos negócios familiares chegam à quarta geração; saiba os motivos
Apenas 7% dos negócios familiares no Brasil chegam à quarta geração, com desafios como a falta de preparação para sucessão e a confusão entre gestão